O prefeito Rui Brizolara (União Brasil), preocupado com a chuva de granizo que ocorreu em Morro Redondo na última madrugada de sábado (23), decretou situação de emergência nesta quinta-feira (28), conforme o decreto nº5735 de 2023, onde registra perda em torno de R$11,7 milhões, com prejuízos nas culturas de pêssego e olericultura, bem como galpões, propriedades, residências, estufas plásticas e silos.
De acordo com os dados do relatório da Emater/RS-Ascar, do chefe do escritório municipal Evaldo Voss, refere-se a perdas nas atividades agrícolas e na infraestrutura das propriedades rurais do município.
As perdas relatadas decorrem do Fenômeno El Niño, com atuação muito forte na região e particularmente em Morro Redondo, onde registra-se um volume de 683mm de chuva, no período de 1 a 25 desse mês, sendo a média mensal de setembro 190mm (período de 1989 a 2022), além dos efeitos desse excesso pluviométrico, no dia (23) ocorreu uma intensa chuva de granizo que atingiu toda a área do município.
Evaldo relata que a Percicultura foi uma das atividades mais impactadas, pois nesse período do ano os pomares estão em plena frutificação, sendo que o excesso de chuva comprometeu o pegamento de frutas, os tratamentos fitossanitários e a eficiência das adubações. E o granizo atingiu de maneira muito forte a região produtora, causando queda de frutas e lesão nas frutas que permaneceram nas árvores. A expectativa inicial de 9 mil toneladas de frutas, hoje está comprometida em pelo menos 5 mil toneladas, sendo que dessa perda 2 mil toneladas foram decorrentes diretamente do granizo. Salienta que as perdas na produção de pêssego gerará desemprego e queda de arrecadação nas 5 indústrias conserveiras instaladas no município, cujo produto de processamento principal, ou em alguns casos exclusivo, é o pêssego.
Na Olericultura aponta que as perdas decorrem da inviabilidade de condições para o plantio, das perdas por apodrecimento das culturas e pelo efeito direto da chuva de granizo que atingiu lavouras de cebola, alho, brócolis, couves, repolhos, morangos entre outras.
Na infraestrutura os danos decorrem da chuva de granizo, que causou prejuízos em cerca de 100 propriedades com quebra e perfuração em telhas de fibrocimento sendo necessária a reposição de 1 mil telhas, perfuração e rasgos em lonas plásticas de cobertura de estufas e perfuração em lonas de silos.
Em decorrência da danificação do telhado registrou-se a perda de milho estocado em silos-secadores numa propriedade. Os danos nas coberturas de estufas plásticas registrados em duas propriedades comprometem a produção de morangos. Nos silos armazenadores de silagem de milho a perfuração da lona de cobertura acarreta no apodrecimento da silagem.
Relatório ainda relata as perdas decorrentes do comprometimento da malha viária municipal, onde cerca de 250 km de estrada vicinais foram afetadas, dificultando ou até inviabilizando o deslocamento de pessoas e produtos. Conforme o levantamento realizado aponta o custo de manutenção de bueiros, pontes e estradas que se encontram sem condições de trafegabilidade. Também em decorrência das condições climáticas relatadas estão sendo frequentes os desligamentos e quedas de energia, causando perdas de produtos, inviabilidade de uso de equipamentos como ordenhadeiras e resfriadores e comprometimento do conforto das famílias rurais.
Os dados levantados contaram com informações obtidas de relatos e registros dos produtores junto a Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo, Secretaria de Obras, Urbanismo e Trânsito e Emater onde mostram uma estimativa de perdas para os principais produtos agropecuários do município e de propriedades rurais e urbanas, que estão abaixo destacados:
Pêssego: R$10 milhões
Olericultura: R$200 mil
Galpões com quebras de telhas: R$200 mil
Quebras de telhas em propriedades rurais e urbanas: R$80 mil
Estufas plásticas, lonas: R$50 mil
Silos: R$10 mil
Manutenção de estradas: R$ 1,2 milhões.
As perdas totalizam em torno de R$11,7 milhões.