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Com a magia do riso e a força da palhaçaria feminina, o espetáculo “Riso de Mãe é Coisa Séria” foi apresentado gratuitamente em Morro Redondo, na segunda-feira (31), no Centro Cultural de Eventos Valdino Krause. O projeto, realizado pela Las Brujas Cia de Teatro e Artes Integradas e Hipotenusa Artes da Cena, foi selecionado pelo edital da Secretaria Estadual de Cultura da Lei Paulo Gustavo 08/23 – Festivais, Mostras e Circulação e é financiado pela Lei Paulo Gustavo – Lei Complementar nº 195/22, com apoio do Ministério da Cultura. A apresentação contou com o apoio da Prefeitura de Morro Redondo.

A palhaça Hipotenusa, interpretada por Lolita Goldschmidt, que também é produtora e idealizadora do espetáculo, conta a origem do projeto, que começou em 2023 com pequenas cenas abordando questões da maternidade. Lolita, mãe de duas crianças, desejava compartilhar com outras mães as experiências que vivenciava. Na época, ela cursava doutorado na Universidade do Rio Grande do Sul e iniciou uma pesquisa sobre o riso com mães em situação de pobreza. Criou uma cena inicial e levou-a a comunidades periféricas de Porto Alegre para ouvir as mães e entender se suas experiências refletiam as delas. “Foi intenso. A ideia estava tão viva em várias mulheres que a pesquisa se intensificou, e a história começou a se moldar para o espetáculo”, relatou.

A primeira cena foi dirigida por Karla Concá, integrante do grupo pioneiro de palhaçaria feminina “Marias da Graça”. Lolita mergulhou nos estudos da palhaçaria, explorando os desafios que as mulheres enfrentam e como o riso pode fortalecer narrativas e transformar realidades. “O riso não é sobre ridicularizar alguém, mas sim sobre rir com alguém, transformando a dor em leveza”, afirmou. Em seguida, foram exploradas as pedagogias do riso e como ele pode questionar comportamentos, especialmente em temas como a maternidade. Lolita destaca o tema do cuidado, enfatizando que a sobrecarga das mães não diz respeito apenas a elas, mas a toda a sociedade, que precisa dividir responsabilidades para evitar o esgotamento das mulheres.

Foram criadas mais cenas com Karla Concá, abordando temas como a sobrecarga materna, a divisão desigual de tarefas e as pressões da maternidade. “Hipotenusa” representa a mulher que se desdobra em várias funções, sendo mãe, palhaça, trabalhadora e estudante. O espetáculo também contou com a participação de Melissa Dornelles, palhaça que trouxe inspirações de maternidades diversas, enriquecendo o trabalho.

A terceira diretora, Ana Fuchs, especialista em palhaçarias femininas, ajudou a costurar o espetáculo, unindo as cenas com uma dramaturgia coesa e inserindo detalhes que enriquecem a narrativa. Juntamente com a assistente Kalisy Cabeda, que contribuiu com um olhar externo, ajudaram a aprimorar o trabalho. Lolita destaca que o espetáculo foi possível graças a uma grande equipe de profissionais, tanto mulheres quanto homens.

Jaqueline Iepsen, palhaça e assistente de produção, contou que participou do projeto por meio das oficinas, que envolvem palhaças locais e promovem o contato com mães de diferentes regiões. As oficinas são uma oportunidade para as participantes explorarem a palhaçaria feminina e refletirem sobre os desafios da maternidade.

O iluminador Leandro Gass, também pai solo, compartilhou sua experiência de assistir ao espetáculo e destacou a importância de os homens também presenciarem a discussão sobre a maternidade. “Muitas vezes, os homens veem a maternidade como algo exclusivo das mulheres, mas o espetáculo abre espaço para uma reflexão compartilhada”, disse ele.

Lolita encerra dizendo que o projeto só foi possível graças ao financiamento da Lei Paulo Gustavo, que incentiva a cultura e oferece uma forma de aliviar tensões por meio do riso. Ela agradece os espaços culturais, como o de Morro Redondo, que apoiam esse tipo de trabalho artístico, essencial para promover trocas e novas possibilidades de reflexão.

A vice-prefeita de Morro Redondo, Angelica Boettge dos Santos (PSDB), expressou sua gratidão pela escolha do município como palco do espetáculo. “A arte tem o poder de nos tocar e nos fazer refletir, ao mesmo tempo em que nos proporciona alívio e conexão. Agradecemos por trazer essa experiência tão rica ao nosso município”, disse.

O espetáculo seguirá para nove regiões do estado, incluindo Boa Vista do Sul, Marau, Maquiné, Tuparendi, Manoel Viana, Tupanciretã, Estrela e Ivoti, levando o riso e reflexões sobre a maternidade, promovendo trocas significativas entre mães de diversas realidades e etnias.

 

Confira a Ficha Técnica do espetáculo

Atuação: Lolita Goldschmidt;
Direção e orientação para o cômico: Ana Fuchs, Karla Concá e Melissa Dornelles;
Assistência de direção: Kalisy Cabeda;
Dramaturgia: Lolita Goldschmidt, Karla Concá e Ana Fuchs;
Cenário: Luciana Delacroix;
Figurinos e acessórios: Margarida Rache;
Trilha sonora: Carina Levitan;
Iluminação: Leandro Gass;
Assistência de iluminação: Kalisy Cabeda;
Identidade visual: Betina Nilson;
Captação de imagens: Juliano Ambrosini e Yopo Filmes;
Produção: Hipotenusa Artes da Cena;
Produção de logística: Jack Garcia;
Assessoria de produção: Assuntina Produções Culturais, Cia da Jaqueline Iepsen;
Assessoria de imprensa: Dona Flor Comunicação.

Você confere galeria de fotos neste link https://www.jornaltradicao.com.br/morro-redondo/cultura/espetaculo-riso-de-mae-e-coisa-seria-e-exibido-em-morro-redondo/